Instrumentos Musicais

3 Instrumentos Musicais Esquecidos que Parecem Saídos de um Filme de Ficção

Curiosidades Musicais

Introdução

Em um mundo saturado por guitarras, pianos e sintetizadores, alguns instrumentos musicais do passado parecem ter sido apagados da memória coletiva. No entanto, esses instrumentos esquecidos carregam timbres tão únicos e visuais tão peculiares que poderiam facilmente figurar em trilhas sonoras de filmes de ficção científica. Hoje, mergulhamos em três dessas relíquias sonoras que parecem ter sido criadas em outra galáxia.

O fascínio por instrumentos musicais raros vai além do som — envolve também a aparência exótica, os materiais incomuns e as histórias que os cercam. Muitos desses objetos sonoros foram abandonados por serem difíceis de tocar, caros de produzir ou simplesmente por soarem “estranhos demais” para o gosto popular da época. Mas, com o olhar de hoje, esses sons exóticos ganham um novo brilho, especialmente no cenário da música experimental e do design sonoro para cinema e games.

Neste artigo, vamos redescobrir três instrumentos musicais esquecidos que parecem saídos diretamente de um universo paralelo. Prepare-se para sons vibrantes, construções engenhosas e uma experiência auditiva e visual que vai expandir sua noção de música.

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1. Ondes Martenot

Poucos instrumentos despertam tanta curiosidade e mistério quanto o Ondes Martenot. Criado em 1928 pelo inventor francês Maurice Martenot, esse precursor dos sintetizadores produzia sons oscilantes, vibrantes e quase sobrenaturais, usados com maestria em trilhas sonoras de ficção científica e terror psicológico. Sua sonoridade lembra um theremin, mas com maior controle de afinação e expressividade.

O Ondes Martenot utiliza um teclado e um anel ligado a um fio condutor, que o músico move com a mão direita, como se desenhasse as notas no ar. Já a mão esquerda manipula intensidades e timbres por meio de controles sensíveis. Essa combinação permite nuances expressivas quase vocais — ideais para climas etéreos, tensos ou espaciais.

Compositores como Olivier Messiaen exploraram o instrumento em obras eruditas, e sua sonoridade aparece em filmes como Lawrence da Arábia e Ghostbusters. No entanto, a complexidade do instrumento, sua produção artesanal e o custo elevado impediram sua popularização.

Hoje, o Ondes Martenot é objeto de culto entre músicos experimentais e trilheiros que buscam atmosferas únicas. Sua aparência enigmática e som fantasmagórico garantem um lugar entre os instrumentos mais excêntricos e visionários da história.

2. Gravicéu

Pouquíssimas pessoas fora do meio experimental já ouviram falar do Gravicéu, um instrumento brasileiro inventado nos anos 1960 pelo artista e músico Walter Smetak. À primeira vista, o gravicéu parece uma escultura surrealista: feito de cabaças, arames, tubos e materiais reaproveitados, ele desafia todas as categorias musicais conhecidas. Mas basta ouvi-lo soar para entender por que parece saído de um laboratório musical futurista.

O nome “Gravicéu” é uma junção de “gravidade” e “céu”, remetendo à ideia de um som suspenso, etéreo e fora das regras da física tradicional. Seus sons variam entre percussivos, melódicos e ressonantes, lembrando instrumentos alienígenas ou trilhas de sonhos lúcidos. Smetak, influenciado por filosofias esotéricas e pela improvisação livre, via o instrumento como um portal sonoro para novas dimensões de percepção.

Por ser único, de construção artesanal e dependente da performance do músico, o gravicéu nunca entrou no circuito comercial. No entanto, sua aparência caótica e suas vibrações flutuantes encantam quem busca explorar territórios sonoros desconhecidos.

O gravicéu é mais do que um instrumento: é uma obra viva de arte sonora, que mistura escultura, ritual e experimentação — um verdadeiro artefato musical de outro mundo.

3. O Cristal Baschet

Imagine uma escultura futurista feita de hastes metálicas, tubos de vidro e placas de ressonância que vibram como se ecoassem o som de uma civilização alienígena. Esse é o Cristal Baschet, um instrumento visualmente hipnotizante e sonoramente indescritível. Criado nos anos 1950 pelos irmãos franceses Bernard e François Baschet, o Cristal combina arte visual e acústica, usando cristais de quartzo e placas metálicas para produzir sons etéreos e vibrantes.

Para tocar o instrumento, o músico utiliza os dedos umedecidos, esfregando-os nos tubos de vidro — um processo semelhante ao de tocar taças de cristal. O resultado é um som celestial, cheio de harmônicos, que poderia facilmente ser trilha de uma cena futurista, espacial ou espiritual em um filme. Os compositores contemporâneos e criadores de trilhas sonoras que descobrem o Cristal Baschet costumam descrevê-lo como “um sintetizador acústico alienígena”.

Apesar de sua beleza sonora, o instrumento é pouco usado. Sua complexidade de construção, tamanho e fragilidade contribuíram para que caísse no esquecimento fora dos círculos experimentais. Ainda assim, seu visual surreal e o som inclassificável fazem dele um verdadeiro artefato musical de outro mundo.

Conclusão

Esses três instrumentos raros e esquecidos nos mostram que a música vai muito além dos padrões convencionais. Eles provam que, por mais que a tecnologia tenha avançado, há um mundo sonoro a ser explorado em criações que parecem mais saídas de filmes de ficção científica do que do nosso próprio passado musical. Cada um desses instrumentos é uma obra de arte em si, representando a fusão entre invenção, cultura e experimentação.

Hoje, muitos desses sons continuam a ecoar em composições experimentais e trilhas sonoras de filmes, mantendo viva a chama da inovação musical. A curiosidade e a busca pelo desconhecido nunca deixam de inspirar artistas que ousam desafiar as normas e explorar o inesperado. Quem sabe o que mais de incrível existe no vasto universo dos instrumentos esquecidos? A música está longe de ter limites, e, talvez, o próximo grande som esteja aguardando ser redescoberto.

Se você se encantou por esses instrumentos e quer ouvir suas sonoridades de outro planeta, não deixe de explorar mais sobre a música experimental e suas possibilidades. Quais outros instrumentos exóticos você acha que deveriam fazer parte desse artigo? Deixe sua opinião nos comentários!

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